A 2ª Oficina da Autorreforma debateu na tarde desta segunda-feira (27) a Economia Criativa, Cidades Criativas e Renascimento Criativo. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, esteve no encontro virtual que contou com a inscrição de participantes de todo Brasil.
Os encontros têm como objetivo debater com especialistas os temas das teses presentes no Livro 5 da Autorreforma do PSB e assim refinar o conteúdo produzido pela Comissão de Sistematização em colaboração com a militância e profissionais de diferentes áreas.
Para Siqueira, a tecnologia e a criatividade são pontos principais para o renascimento criativo da indústria que pode proporcionar ao Brasil uma inserção soberana e globalizada nas cadeias de valor do mundo todo.
“O PSB decidiu há um certo tempo que a economia criativa é uma estratégia de desenvolvimento para o Brasil que precisa ser cada vez mais aperfeiçoada já que as teses serão usadas em governos estaduais e municipais e caso o partido venha a participar de algum governo”, explicou Siqueira
Além de Siqueira, participaram da Oficina como convidadas Ana Carla Fonseca e Lídia Goldenstein, e os integrantes da Comissão de Sistematização, Domingos Leonelli, Paulo Bracarense, Sinoel Batista, Juliene Silva e Raíssa Rossiter.
Em sua exposição, a administradora pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), economista, mestre cum laude em Administração, doutora em Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP), Ana Carla Fonseca, abordou os Eixos Temáticos do Livro 5 e fez sugestões ao conteúdo do material, comentou como a pandemia acentuou a desigualdade já existente no país e explicou que a economia criativa não se restringe às artes ou tecnologia, trata-se de uma “lógica de inovação para produtos serviços e propostas em cima do valor agregado da criatividade humana”.
“Quando temos uma globalização na qual os ativos econômicos são facilmente transferíveis ou copiáveis em escala mundial, como é que a gente consegue agregar valor? Conseguimos fazer isso em cima de um ativo que não é facilmente transferível, ou seja, a criatividade do ser humano”, explicou Ana que também apresentou alternativas para uma remuneração justa ao longo da cadeia de produção sustentável e justa.
Economista pela Universidade de São Paulo (USP), mestre e doutora em Economia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), Lídia Goldenstein parabenizou a iniciativa do PSB de debater uma Autorreforma e um projeto nacional de desenvolvimento para o Brasil, além de seguir aperfeiçoando as teses que serão aprovadas no XV Congresso Constituinte, em abril de 2022.
“Acredito que, sem dúvidas, o combate ao déficit público, à inflação, são condições indispensáveis para o Brasil voltar a crescer, mas não são suficientes. E nesse sentido um projeto como esse que o PSB está debatendo me deixa com um olhar muito positivo”, disse.
Para ela, é preciso que o documento do PSB, ao apresentar estratégias de longo prazo, leve em consideração os cenários nacional e internacional, e ser compreendido pela sociedade como algo importante para ser implementado como uma política de Estado, e não apenas de governos.
A respeito do Renascimento Criativo da Indústria, a especialista ressaltou que é importante compreender as mudanças que o capitalismo vem sofrendo com as mudanças na geração de quantidade e qualidade de empregos, mas também nos tipos de empregos que estão sendo criados.
Sendo assim, Lídia defende que uma nova estratégia de desenvolvimento precisa levar em conta um novo paradigma econômico internacional e o Brasil tem que ser mais proativo para conseguir ingressar na 4ª Revolução Industrial.
“Vemos transformações no mercado de trabalho que vêm desde as grandes indústrias da 1ª e 2ª Revoluções Industriais, com centenas de trabalhadores numa linha de produção, até as indústrias hoje inteiramente conduzidas por robôs e a uberização da mão de obra, impactando no mercado de trabalho. Precisamos levar isso em consideração e pensar estratégias baseadas nisso para que a implementação de novas políticas de inovação e competitividade permitam uma modernização do país porque sem isso vamos ficar cada vez mais obsoletos, a indústria vai definhar cada vez mais, e teremos um problema social cada dia maior com a população desempregada e sem preparação, não apta para exercer as novas condições de trabalho que são exigidas por essa nova economia”, explicou.
“Não nos é dada a hipótese de mantermos o status quo como está. Um passo a frente para conectar o Brasil com as novas tecnologias e conseguir gerar mais e novos empregos implica em abraçarmos processos que mais que tudo modernizem o país”.
A economista acrescentou que a educação deve ser o instrumento para gerar essa modernização e capacitação da mão-de-obra para as novas indústrias tecnológicas. Segundo ela, a política educacional deve vir junto com a política industrial. Lídia criticou, portanto, o veto feito pelo governo federal na disponibilização de internet nas escolas públicas do país durante a pandemia. “O custo disso era ridículo e o Brasil tinha esse dinheiro. Não dar internet para jovens de escolas públicas é tão grave quanto não dar vacina. É deixá-los à margem da sociedade, é obsceno, é algo digno de cadeia. Isso é um atraso que não vamos mais recuperar”, pontuou.
Domingos Leonelli, destacou que essa oficina temática é uma jornada de trabalho na qual os esforços serão para apreender novas contribuições e analisar as consistências e inconsistências na elaboração das teses sobre Economia Criativa, Cidades Criativas e o Renascimento Criativo da Indústria.
Sobre a nova Era do Conhecimento, Leonelli afirmou que o Brasil está inserido do ponto de vista do consumo de aparelhos eletrônicos e games. Entretanto, na produção criativa e tecnológica, o país está em defasagem em comparação com outros no mundo.
“Nós ainda não embarcamos na Revolução Industrial 4.0, onde os insumos principais dessa economia criativa já não são os investimentos de capital fixo, as máquinas, as fábricas. O novo capitalismo e o novo socialismo têm uma nova configuração, e vamos fazer com que o nosso partido abrace a ideia de que, se quisermos superar a ideia do antigo capitalismo, precisamos de um socialismo criativo também”, pontuou.
A próxima oficina da Autorreforma está agendada para o dia 18 de outubro, com o tema “Socialismo”.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional
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