No último dia do evento, serão apresentadas estratégias e soluções adotadas por partidos do Chile, Uruguai, Espanha e Portugal
Haverá transmissão ao vivo pelo Facebook e no Youtube
Experiências internacionais para enfrentar crises políticas, econômicas e sociais serão o tema central do terceiro e último dia da Conferência Nacional da “Autorreforma” do Partido Socialista Brasileiro (PSB). No momento em que vários países enfrentam obstáculos semelhantes, o PSB avalia que é fundamental conhecer o que os partidos de esquerda pelo mundo estão realizando para buscar soluções democráticas, humanistas, progressistas e não-autoritárias para seus países.
Neste sábado, participam do encontro a senadora uruguaia Monica Xavier, a vice-presidente do Partido Socialista chileno Karina Delfino, o deputado uruguaio Roberto Chiazzaro, o deputada espanhola Olga Alonso Suárez (do PSOE) e os deputados portugueses Hugo Alexandre Pires e João Paulo Moreira Correia. Todos são figuras renomados de partidos socialistas em suas países. A programação de palestras e debates começa às 10h, no auditório do hotel Rio Othon Palace, no Rio de Janeiro.
“A orientação do PSB foi realizar uma aproximação com os partidos socialistas de países da América Latina, da Europa e com os progressistas do todo o mundo”, explica o secretário de Relações Internacionais do partido, deputado federal Alessandro Molon (RJ). “Socialistas hoje governam países como Espanha e Portugal com grande sucesso, promovendo crescimento econômico, renda e melhores serviços públicos.”
Um dos focos no debate serão as crises políticas recentes na América do Sul, sobretudo os protestos da população no Chile, Bolívia e Colômbia. Antes das apresentações dos convidados, o PSB vai realizar uma homenagem ao presidente chileno Salvador Allende, deposto do cargo e assassinado em 1973, por meio de um golpe militar.
Autorreforma
Nos dois primeiros dias, os socialistas discutiram o texto-base da Conferência Nacional, em cinco grupos temáticos. O resultado dos debates foi apreciado na plenária final do encontro, realizada na sexta-feira e que aprovou o documento para orientar o debate nacional pelo próximo ano. Com o slogan “Brasil, um passo adiante”, a “Autorreforma” é a primeira resposta sólida de um partido a uma crise política, econômica e social que começou em 2013 e se aprofundou no Brasil deste ano.
O texto da “Autorreforma” tem foco na redução das desigualdades sociais e na geração de oportunidades iguais para toda a população brasileira. Para isso, a proposta que o PSB apresenta enfatiza a importância da Educação Pública de qualidade e a construção de um Projeto Nacional de Desenvolvimento. Este se baseia em conceitos fundamentais do século XXI: Inovação Tecnológica, Economia Criativa e a proposta da “Amazônia 4.0” (a transformação da região por meio da tecnologia e da biodiversidade).
O documento da “Autorreforma” traz cinco eixos temáticos que devem ser prioridade:
1) Reforma Política: a crise do sistema partidário, a Reforma do Estado, a Reforma Tributária/Fiscal e os desafios da Política Externa Brasileira.
2) Desenvolvimento, Cultura e Meio Ambiente: políticas para a Amazônia, economia verde, empregos verdes e cultura/diversidade/criatividade.
3) Políticas Sociais: saúde pública, educação pública, mulheres na política, negritude, seguridade social, idosos, segurança pública, reforma agrária e reforma urbana criativa.
4) Economia: macroeconomia, inovação tecnológica, economia criativa e trabalho.
5) Socialismo e Democracia: socialismo criativo, movimentos sociais, partido laico, comunicação em rede e autorreforma.
Amplo debate
Ao longo do ano de 2020, o texto da “Autorreforma” ficará em consulta pública para discussão nos estados e municípios. O período de participação dos filiados e da sociedade civil vai até março de 2021, quando será realizado o XV Congresso Nacional do PSB. A Conferência Nacional tem participação de integrantes do Diretório Nacional; Diretoria, Conselho Curador e coordenações estaduais da Fundação João Mangabeira; quatro representantes de cada segmento social (NSB, JSB, SNM, SSB, LGBT e MPS), deputados federais; senadores; e presidentes estaduais.