O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, iniciou seu discurso na abertura do XV Congresso Constituinte da Autorreforma defendendo a renovação do sistema político a partir da mudança do próprio partido, que encerra sua autorreforma com a aprovação, neste sábado (30), de um programa atualizado com propostas para um projeto nacional de desenvolvimento.
A autorreforma do PSB é resultado de mais de dois anos de debates, com ampla participação de militantes e da sociedade civil, para atualizar o programa do partido, criado em 1947.
O novo manifesto e o programa partidário serão o guia dos socialistas nos próximos anos do século XXI. As discussões tiveram início no fim de 2019, com um congresso nacional, no Rio de Janeiro, e desde então, foi construído por milhares de mãos de pessoas do país inteiro, destacou Siqueira.
“A minha primeira palavra é de agradecimento à militância pela colaboração, pelo entusiasmo com que acolheram a ideia da autorreforma”, afirmou. “Para nós socialistas, fazer uma renovação na política é começar a mudar o nosso próprio partido, para modernizá-lo, para atualizar seu programa e manifesto, sabendo que os partidos em geral não são um fim em si mesmo, mas devem ter objetivos muitos claros”, defendeu.
A abertura do evento contou com a participação de lideranças do PSB e de outros partidos, como a ex-primeira dama de Pernambuco Renata Campos, os ex-governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin e Márcio França, além dos governadores socialistas Carlos Brandão (Maranhão), João Azevêdo (Paraíba), Paulo Câmara (Pernambuco) e Renato Casagrande (Espírito Santo).
Também estiveram presentes o prefeito do Recife, João Campos, que falou pelos prefeitos, o líder do PSB na Câmara, Bira do Pindaré, o ex-governador Flávio Dino, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, os líderes do PT na Câmara e no Senado, Reginaldo Lopes e Paulo Rocha, respectivamente, entre outros.
Siqueira afirmou que o PSB quer ser instrumento de luta e transformação social e disse que os partidos precisam responder aos desafios da sociedade. “O partido precisa pensar sobre o Brasil. O que nós queremos do Brasil? Qual é a proposta do Partido Socialista Brasileiro para o Brasil?”, provocou, citando algumas ideias da autorreforma, como educação de qualidade desde o ensino básico e o ingresso da indústria na era da revolução tecnológica.
Para Siqueira, a eleição de Bolsonaro à Presidência da República é uma consequência clara de que o sistema político está “falido” e que precisa de uma renovação, começando pela redução do número de partidos e pela formação de siglas sólidas, ideológicas e programáticas. “Nós enxergamos que, em 2018, nós tivemos o pior resultado da política da história brasileira. Temos que saber que algumas coisas estavam erradas. Nós também erramos e, portanto, precisamos consertar”, afirmou.
Siqueira ressaltou ainda que o PSB quer dar não só a sua contribuição eleitoral em 2022, mas, sobretudo, programática. “Fizemos propostas muito completas, que serão levadas por escrito ao comitê do pré-candidato a presidente Lula. Queremos dar uma contribuição muito qualificada à política brasileira. Agradeço à militância, que acolheu de forma entusiasmada a ideia do novo programa”, afirmou.
Durante o evento, mais de mil socialistas seguiram, de forma entusiasmada, a soprano Janete Dornelas no hino nacional. Os presentes também cantaram os hinos da Internacional Socialista e da Autorreforma, este último composto especialmente para o Congresso.
Ato cultural e homenagem ao sindicalista pernambucano José Rodrigues
O ato cultural contou com peças do um pout-pourri de três obras de Heitor Villa Lobos: O Trenzinho do Caipira, Melodia Sentimental e Bachianas Brasileiras nº 5.
Entre um discurso e outro, o presidente Carlos Siqueira fez uma homenagem ao sindicalista pernambucano José Rodrigues. Liderança reconhecida por sua atuação em defesa dos direitos das famílias camponesas, José Rodrigues presidiu a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape).
O líder sindical nasceu em Bom Jardim (PE) e ingressou jovem no Movimento Sindical Rural. Na Fetape, ele é considerado fundamental no movimento durante o período da ditadura civil-militar.
José Rodrigues presidiu o CTB Pernambuco e ocupava o cargo de presidente do STR de Bom Jardim, além de ser diretor nacional da CTB e dirigente do sindicalismo socialista.
Assessoria de Comunicação/PSB nacional
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