O desenvolvimento sustentável é o único caminho para que a espécie humana continue a ter condições de habitar a Terra. É o que defende o deputado socialista Rodrigo Agostinho (PSB-SP), presidente da Frente Parlamentar Ambientalista e ex-presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados.
O parlamentar socialista participou do 17ª debate da Revolução do Século 21 que, nesta quinta-feira (23), discutiu a emergência da questão ambiental.
“A gente está vivendo uma nova era geológica. A primeira desenhada pela ação humana. Conseguimos fazer tantas transformações na paisagem, no solo, na água que essa profunda alteração fez com que a gente chegasse a um nível de desequilíbrio muito grande. Estamos com risco de extinção de mais de 1 milhão de espécies. As mudanças climáticas chegaram pra valer. O mundo todo está sofrendo com enchentes, secas, incêndios florestais, falta d’água, problemas que vão aprofundar outros problemas. A mudança climática não é apenas dos ambientalistas”
Rodrigo Agostinho
“O Brasil depende da agricultura. A agricultura brasileira, provavelmente, alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo. Nossa agricultura vai sofrer se não tiver mais água. Depois da pandemia, a questão ambiental é o debate mais importante”, afirma.
O coordenador do site Socialismo Criativo e membro do Diretório Nacional do PSB, Domingos Leonelli, também participou do debate. A mediação foi feita por James Lewis.
Confira tudo o que rolou sobre a Revolução Brasileira.
A Revolução Brasileira por Caio Prado Junior
Domingos Leonelli observa que embora a questão ambiental não estivesse presente no livro Revolução Brasileira, de Caio Prado Junior, escrito na década de 1960, quando a questão ambiental ainda não estava posta em sua devida importância, o conceito de revolução como um processo observa a necessidade de cada país promover o seu desenvolvimento de acordo com a sua realidade.
“É preciso aproveitar a nossa biodiversidade. Temos a maior área florestal do mundo e que está sendo destruída ao invés de aproveitada”, ressalta o dirigente socialista.
“A revolução é mais que necessária. A gente tem que mudar a forma como a gente enxerga esse mundo. Não está só nas mãos do governo, que deveria fazer sua parte, mas a sociedade inteira tem que cumprir o seu papel”, completa Agostinho.
Agostinho defende desenvolvimento com preservação
O parlamentar afirma que o dilema que vivemos entre preservar o meio ambiente ou promover o desenvolvimento simplesmente não existe.
“É possível, sim, a gente ter uma economia capaz de olhar para a sustentabilidade, para os que mais precisam. O que mais gera emprego no mundo hoje é a indústria verde. O consumo de produtos orgânicos cresce 20% 20% por ano no mundo. Na pandemia, o Brasil importou produtos da agricultura familiar, o que é um absurdo. A gente pode gerar muitos empregos. A gente tem que resolver o problema do saneamento, dos resíduos sólidos. Tudo isso vai gerar muito emprego. É preciso lembrar que as desigualdades também criam problemas ambientais”
Rodrigo Agostinho
Sustentabilidade deve ser inclusiva, defende Agostinho
Rodrigo Agostinho observa que para ser sustentável, o desenvolvimento deve necessariamente ser inclusivo. De maneira a aliar os saberes tradicionais com ciência e tecnologia.
“Na Amazônia mesmo existem inúmeros produtos para a indústria cosmética e farmacêutica, tirar madeira de maneira organizada, desenvolver o turismo e a agroflorestal”, defende.
Para James Lewis, essa é uma causa que deve ser de todos.
“Temos que fazer com que essa pauta se transforme numa pauta de todos do nosso partido, não apenas de alguns especialistas. Uma questão de fato de todos os socialistas”, ressalta.
Confira a live na íntegra
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