O PSB, reunido no Rio de Janeiro neste sábado (30) na Conferência Nacional para discutir sua autorreforma, aprovou uma moção de repúdio ao ato do presidente da República que excluiu o jornal Folha de S. Paulo da licitação do governo federal e incita boicote aos anunciantes do diário.
“A Constituição brasileira é clara: a legalidade, a impessoalidade e a moralidade devem nortear a administração pública. Como ocupante do mais alto cargo da República, é dever do presidente honrar esses valores, cumprindo-os à risca, pelo bem de toda a sociedade”, defende o partido na moção.
Para o PSB, o atual presidente é incapaz de enxergar a linha que separa a esfera pública da esfera privada. “Desde que tomou posse, tem reiteradamente destilado seu autoritarismo e dado vazão aos seus anseios antirrepublicanos, à revelia dos fatos, da ordem pública e do bem comum”, afirmou.
Na avaliação do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, “só quem pode controlar e dizer qual jornal deve ou não ser lido são os leitores, e não o presidente da República”. “É uma iniciativa inadmissível”, condena.
O líder do PSB na Câmara dos Deputados, Alessandro Molon (RJ), afirma que o ato de Bolsonaro configura um “boicote gravíssimo” que é sentido não apenas por um veículo, mas por toda a imprensa livre.
“A liberdade de expressão é um dos pilares que sustentam a democracia e é indispensável à construção da cidadania, da liberdade de escolha. Atitude inaceitável”, criticou.
O líder do partido na Câmara, Tadeu Alencar afirmou que o presidente dá demonstrações reiteradas de desprezo pela compostura que se exige de alguém que exerce função pública relevante.
“Com razão, o ministro Celso de Mello disse: ‘O atrevimento do Presidente da República não parece comportar limites‘. Ele deveria promover e não atacar a liberdade de expressão. Mas seria esperar muito de alguém que flerta, namora e quer se casar com o autoritarismo”, afirmou.
MOÇÃO DE REPÚDIO
A Constituição brasileira é clara: a legalidade, a impessoalidade e a moralidade devem nortear a administração pública. Como ocupante do mais alto cargo da República, é dever do presidente honrar esses valores, cumprindo-os à risca, pelo bem de toda a sociedade.
Mas o atual presidente é incapaz de enxergar a linha que separa a esfera pública da esfera privada. Desde que tomou posse, tem reiteradamente destilado seu autoritarismo e dado vazão aos seus anseios antirrepublicanos, à revelia dos fatos, da ordem pública e do bem comum.
A decisão do presidente de retirar o jornal Folha de S. Paulo da licitação do governo federal e a incitação a boicotes aos seus anunciantes são uma grave tentativa de sufocar financeiramente uma voz quase secular da imprensa de nosso país. Trata-se, portanto, de um ataque à liberdade de imprensa e de expressão, valores caros à democracia brasileira, além de caracterizar abuso de poder político e desvio de finalidade.
O Partido Socialista Brasileiro, na ocasião de sua Conferência Nacional, apresenta aqui sua moção de repúdio veemente a tal postura mesquinha e virulenta do presidente da República. Os dissensos são parte de uma democracia. É necessário não apenas saber lidar com eles, mas também valorizá-los. O PSB não aceita qualquer tipo de censura, algo incondizente com a consolidação de uma democracia sólida, plena e solidária, que tanto lutamos para construir no Brasil.