O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse neste sábado (19) que o destino histórico dos socialistas é o de buscar interesses comuns para transformar uma sociedade profundamente “elitista e desigual”.
Ele falou durante a abertura da terceira edição do ‘Pense Brasil’, seminário promovido pela Fundação João Mangabeira (FJM). O encontro, sobre o tema Meio ambiente: fronteiras e profundidades do Brasil sustentável, ocorreu no Teatro do Sesi, em Macapá (AP).
Para Siqueira, cada militante deve participar dos debates internos sobre a autorreforma partidária para construir ideias sobre o desenvolvimento do país e o aperfeiçoamento do partido.
Em seu processo de autorreforma, o PSB irá promover uma discussão qualificada e “de peso”, inclusive com sugestões de especialistas nacionais e internacionais e de toda a sociedade.
“Se nós gostamos do nosso partido, a nossa primeira tarefa é a de aperfeiçoa-lo, é a de escolher melhor os nossos candidatos, fazer com que tenhamos parlamentares e governos municipais e estaduais e oxalá, no futuro, um governo nacional que possa honrar a população brasileira e todas as suas classes sociais”, afirmou.
“Não seremos e nem queremos ser um partido de nós e eles, porque o nosso destino histórico não é o de dividir a sociedade brasileira; o nosso destino histórico, como força política há 72 anos no país, é o de unir o povo, unir a sociedade”, completou.
Segundo Siqueira, quando os partidos políticos fracassam, a liberdade e a democracia sofrem retrocessos. Por isso, a autorreforma será importante para a política brasileira, que precisa ser “relegitimada” e “se conectar com os interesses da humanidade e do povo”, disse o presidente do PSB.
“Por isso convido todos vocês para que possam participar dessa discussão interna, para que possam melhorar e democratizar o nosso partido, para construir as boas ideias para o desenvolvimento do nosso país e da nossa gente. A nossa contribuição deve ser de qualidade e não deve envolver apenas interesses eleitorais e partidários”, declarou.
“Porque se nós não fizermos isso, seremos iguaizinhos a partidos que estão aí. E nós não somos e não queremos ser assim. Não queremos ser apenas o que somos, queremos ser muito melhor do que somos. E, se quisermos ser muito melhor do que somos, é preciso que cada um de vocês, cada militante, cada pessoa, cada jovem, cada mulher, cada homem de bem nos ajude, colabore, e participe”, disse.
Em seu discurso, Siqueira defendeu ainda a inclusão da Amazônia em um projeto de desenvolvimento nacional para melhoria da qualidade de vida da população e sobrevivência não só do país, mas do planeta. Para o presidente do PSB, a riqueza produzida deve ser igualmente distribuída para o desenvolvimento de todos, “não apenas de alguns”, “ou apenas dos endinheirados que impõem permanentemente as suas políticas”.
Citando o livro “Como as democracias morrem”, dos autores Steven Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, o vice-presidente da FJM, Alexandre Navarro destacou que os partidos políticos são os guardiões da democracia e da sustentabilidade. “Neste século, sustentabilidade é uma palavra que se iguala à ‘democracia’”, afirmou, destacando a relevância que o tema ganhou nas últimas décadas.
“O mundo todo faz uma rediscussão sobre sustentabilidade, que tem três pernas: sociedade, economia e meio ambiente. E essa discussão nós estamos fazendo no processo de autorreforma do partido”, ressaltou Navarro. O socialista representou no evento o presidente da FJM, Ricardo Coutinho.
Já o vice-presidente nacional de Modernização Partidária e ex-governador do Amapá, João Capiberibe, falou sobre o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá, implantado em seu governo, na década de 1990.
Durante o evento, o diretor de organização da FJM, Fábio Maia, lançou o livro História do Partido Brasileiro no Amapá, editado pela Fundação. O livro conta a história do partido no Estado, desde a fundação em 1986, quando o Amapá ainda era território federal. O PSB governou por duas vezes o Estado, a prefeitura de Macapá, e ainda representou as mais importantes causas do Amapá na Câmara dos Deputados e no Senado.
Promovido pela FJM, o Pense Brasil é um ciclo de conferências e palestras sobre temas de importância estratégica para o país.
Entre os palestrantes convidados estiveram lideranças sociais, dirigentes políticos e especialistas renomados, como o Prêmio Nobel da Paz de 2007, Philip Fernaside, cientista em exercício pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.
Também participaram dos debates o ex-governador e ex-senador do Amapá, João Capiberibe; os deputados federais Alessandro Molon (PSB-RJ), Joênia Wapishana (REDE-RR) e Camilo Capiberibe (PSB-AP), além de representantes dos segmentos sociais do PSB.
Assessoria de Comunicação/PSB nacional