O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, reuniu nesta segunda-feira (14) com presidentes dos diretórios estaduais para discutir o processo de autorreforma partidária, que terá início com uma conferência nacional nos dias 28, 29 de 30 de novembro, no Rio de Janeiro.
Na reunião, os socialistas também trataram de estratégias para as eleições municipais de 2020. O PSB deve lançar candidatos competitivos nas principais capitais e cidades-pólo do país.
No processo de autorreforma, serão atualizados o manifesto e o programa partidário, datados da fundação em 1947.
Siqueira destacou a importância da contribuição dos presidentes nos estados para a construção de um documento-base da autorreforma “com unidade de pensamento e coerência”. Ele destacou que a proposta irá passar por ampla e profunda discussão em todas as instâncias partidárias, com a participação da militância e da sociedade.
“Precisamos contar 100% com a contribuição decisiva dos presidentes estaduais. Precisamos revolucionar a forma de fazermos o partido. O partido somos nós”, afirmou.
“Depois de todas as contribuições, o documento deve ter unidade de pensamento e coerência. Não vamos fazer uma disputa de ideias, vamos receber a contribuição de todos os companheiros”, disse.
Para Siqueira, além da necessidade de atualizar seu manifesto e programa para refletir a atual realidade sócio-econômica do país, o PSB deve dar a sua contribuição para a saída da crise política que o país atravessa.
“Precisamos enfrentar uma realidade muito dura que estamos vivendo. Uma crise política tão aguda, tão arriscada, portanto ela nos chama a uma reflexão mais profunda. Vamos levantar a cabeça e defender as nossas ideias. Nós defendemos as melhores ideias, de humanismo, de igualdade, de democracia e de liberdade”, afirmou.
O documento será discutido na conferência nacional, no Rio, com a participação de integrantes do Diretório Nacional, do Conselho Curador da Fundação João Mangabeira, de senadores e deputados e representantes dos seis segmentos sociais do partido (Mulheres, LGBT, NSB, Juventude, Sindical e Popular), além dos presidentes dos diretórios estaduais.
Após a primeira conferência, em novembro, a discussão será encaminhada aos diretórios municipais e estaduais. Por fim, o processo será concluído na Convenção Nacional do partido, em março de 2021. “Não há perigo que alguém fique de fora. Todas as contribuições serão feitas por meio de relatores de cada grupo”, explicou Siqueira.
O presidente do PSB pediu aos presidentes estaduais “visão crítica” sobre o documento-base, que estará disponível aos participantes da conferência alguns dias antes do evento no Rio.
Tripé da autorreforma – O processo de autorreforma reúne três principais colunas. A primeira e a principal delas é a atualização do manifesto e do programa partidário. Para Siqueira, o partido deve comunicar à sociedade seu novo momento e visão atual da realidade política e econômica do país, sem negar seus princípios, “que não mudam”, afirmou.
“Os princípios não mudam e estarão sempre vigentes, e agora mais do que nunca. O país se industrializou, se urbanizou, e, portanto, temos que ser contemporâneos de nós mesmos e dar a nossa contribuição à sociedade brasileira como agentes políticos que somos”, disse.
“Faremos uma discussão ampla, profunda e estruturante sobre um pensamento mais contemporâneo acerca do que o PSB pensa sobre economia, políticas sociais, infraestrutura, ciência, tecnologia e inovação, educação e o sistema político”, disse.
As outras duas colunas são a atualização da política internacional e a estruturação da comunicação digital em rede. Recentemente, o partido oficializou saída do Foro de S. Paulo e já havia ingressado na Aliança Progressista, entidade internacional que reúne partidos socialistas e social-democratas de todos os continentes.
“A política internacional do PSB nos últimos anos ficou aquém do esperado, e esteve relativamente confusa ao mesmo tempo, porque participamos de foros com os quais não tivemos identidade” afirmou Siqueira. “Já demos um passo adiante nesse sentido, que foi a desvinculação do Foro, do qual estávamos sem participar há três edições”, ressaltou.
Outro passo no plano internacional é o esforço que o PSB tem feito em aprofundar relações com partidos que tem mais identidade, a exemplo dos partidos socialistas chileno e uruguaio, do Partido Socialista Espanhol (Psoe) e do Partido Socialista (PS) de Portugal, que conseguiu uma expressiva vitória nas urnas, na última semana, garantindo 106 cadeiras, 20 a mais do que as 86 que detêm atualmente.
“Nós estivemos no Chile, com a direção do PS, estivemos também com o Mujica, em Montevidéo, em Portugal e na Espanha com dirigentes do PSOE, para que nós possamos vincular a nossa imagem a partidos que tenham conteúdo político e programático semelhante ao nosso e, portanto, são nossos parceiros internacionais”, disse.
Sobre a estruturação da comunicação digital em rede, a intenção do PSB é utilizar as redes para ampliar ao máximo a participação de filiados e da sociedade em geral nas discussões do processo de autorreforma e dos debates sobre outros temas importantes para o partido.
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